Eu queria muito ser uma pessoa melhor.
E não tem nada de altruísta nesse desejo.
Muito ao contrário.
Eu gostaria de pensar naquelas pessoas que me fizeram mal no passado e perdoá-las. Gostaria de dirigir bons sentimentos para todas elas. Queria lembrar da infância, da adolescência e sentir só saudades.
Não queria reencontrar colegas daqueles tempos e constatar malevolamente que como esperado eram apenas cascas bem modeladas em almas vazias ou riquinhas de academia destinadas a casamentos de fachada ou então sentir vergonha de mim mesma por também ter cumprido a sina a mim destinada.
Não queria observar ex-colegas, ex-chefes, ex-namorados, ex-amigos, ex-vizinhos, ex-inimigos, ex-conhecidos, ex-amores, ex-tantas coisas, com tanta crítica, com tanta medida, com tanta empáfia, com tanta amargura, desdém e outras tantas coisas que eu tenho em mim.
Queria simplesmente deixá-los ir. Deixá-los seguirem seus caminhos.
Mas ao invés disso eu os mantenho presos, dentro de mim, da minha alma. E assim eu os acesso diariamente, cada vez que estou quase me achando, quase alcançando quem eu sou, ou deveria ser, encontro todas essas pessoas que já devia ter libertado.
Acordo para elas, visto-me para elas, trabalho para elas, alimento-me para elas, existo para elas.
Por isso queria ser uma pessoa melhor. Gostaria de perdoar tudo o que eu já recebi de ruim, palavras, sentimentos, energia. Assim, sem olhar o tamanho da ferida. Se der, gostaria ainda de desejar toda a felicidade possível para essas pessoas.
E se não for pedir muito, gostaria de não me importar.
sábado, 24 de dezembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário