De repente a gente acorda um dia e percebe que não faz mais nada do que gosta.
Tinha um tempo em que eu enchia o peito de orgulho pra dizer que tinha voltado ao mercado de trabalho, começado uma nova carreira e que apesar dos pesares amava a profissão.
A escolha pela nova carreira fez com que eu deixasse de lado a vida social mas a solidão também era minha amiga.
Sentia-me tão adulta e independente indo ao cinema sozinha, frequentando supermercados em horários off rush e fazendo sessões de vídeo e vinho sem interrupções alheias.
Milagrosamente preservei um pouco da mulher que havia em mim agarrada às aulas de dança e ao vício tardiamente descoberto por lojas de lingerie.
E hoje parece que tudo desapareceu de repente.
Foram tantas escolhas durante a vida, as possíveis talvez, mas tantas erradas.
E já não tenho mais a certeza de nada. Não quero mais ficar dentro dessa personagem que há lá fora. Que escolheu se ajustar pra não morrer. Que não sabe se escolheu o que queria ou o que queriam pra ela. Quem é ela? Já não vejo mais graça em acordar todo dia e me ajustar nesses padrões. Em me espremer para caber em uma caixinha de embalagem pronta.
Olha minha filha, a gente tem redonda, quadrada, cilíndrica e hexagonal, tamanho P, M ou G. Escolhe uma aí e entra. Ah? Você não cabe?
Problema seu. Aperta um pouco, estica um pouco, se vira, você tem que se adaptar.
E a gente acredita que tem que se adaptar porque escuta isso de um monte de gente que ama e de um mercado de trabalho hostil. E se questiona ah, coitada... ela tem problema: muito dramática essa menina, faz tempestade em copo d’água; ah é tão doentinha, deprimida; transtorno sabe? ansiedade generalizada, descobriram agora, já tem tratamento, um remédio americano ótimo. E por aí vai.
E enquanto isso a gente segue fazendo as escolhas erradas que levam a esse dia.
Onde a gente percebe que deixou de fazer o que gostava.
Que quer um trabalho menos opressor. Que não, não gosta de ficar sozinha e é uma droga finalmente reconhecer e admitir isso. E que não dança mais e nem visita mais lojas de lingerie porque o trabalho opressor não permite e a gente anda sozinha demais pra se animar com isso.
Tinha um tempo em que eu enchia o peito de orgulho pra dizer que tinha voltado ao mercado de trabalho, começado uma nova carreira e que apesar dos pesares amava a profissão.
A escolha pela nova carreira fez com que eu deixasse de lado a vida social mas a solidão também era minha amiga.
Sentia-me tão adulta e independente indo ao cinema sozinha, frequentando supermercados em horários off rush e fazendo sessões de vídeo e vinho sem interrupções alheias.
Milagrosamente preservei um pouco da mulher que havia em mim agarrada às aulas de dança e ao vício tardiamente descoberto por lojas de lingerie.
E hoje parece que tudo desapareceu de repente.
Foram tantas escolhas durante a vida, as possíveis talvez, mas tantas erradas.
E já não tenho mais a certeza de nada. Não quero mais ficar dentro dessa personagem que há lá fora. Que escolheu se ajustar pra não morrer. Que não sabe se escolheu o que queria ou o que queriam pra ela. Quem é ela? Já não vejo mais graça em acordar todo dia e me ajustar nesses padrões. Em me espremer para caber em uma caixinha de embalagem pronta.
Olha minha filha, a gente tem redonda, quadrada, cilíndrica e hexagonal, tamanho P, M ou G. Escolhe uma aí e entra. Ah? Você não cabe?
Problema seu. Aperta um pouco, estica um pouco, se vira, você tem que se adaptar.
E a gente acredita que tem que se adaptar porque escuta isso de um monte de gente que ama e de um mercado de trabalho hostil. E se questiona ah, coitada... ela tem problema: muito dramática essa menina, faz tempestade em copo d’água; ah é tão doentinha, deprimida; transtorno sabe? ansiedade generalizada, descobriram agora, já tem tratamento, um remédio americano ótimo. E por aí vai.
E enquanto isso a gente segue fazendo as escolhas erradas que levam a esse dia.
Onde a gente percebe que deixou de fazer o que gostava.
Que quer um trabalho menos opressor. Que não, não gosta de ficar sozinha e é uma droga finalmente reconhecer e admitir isso. E que não dança mais e nem visita mais lojas de lingerie porque o trabalho opressor não permite e a gente anda sozinha demais pra se animar com isso.
3 comentários:
Hora de inventar algo novo. Não tem aquele livro "Quem mexeu no meu queijo?"? Então, de volta pro labirinto ;)
Bjs
Ai, ai... descobri seu blog por acaso.. estava buscando uma música e acabei por aqui... Me identifiquei muuuuito!! especialmente neste exato momento da vida e pra ser bem mais precisa, hoje. Preciso 'roubar' aquela foto do post 'bagunça', tudo bem?? rs!
Abraços,
ssd固態硬碟 外接式硬碟 餐飲設備 製冰機 洗碗機 咖啡機 冷凍冷藏冰箱 蒸烤箱 關島婚禮 關島蜜月 花蓮民宿 彈簧床 床墊 獨立筒床墊 乳膠床墊 床墊工廠 記憶體 產後護理之家 月子中心 坐月子中心 坐月子 月子餐 美國置產須知 隨身碟 花蓮民宿
Postar um comentário