Tenho 35 anos e amanhã é meu aniversário.
Tive uma semana miserável e passei o dia inteiro na cama hoje.
Conheci meu ex-marido com 21 anos e casei com ele aos 26. Aos 30, ele me trocou por uma menina de 22 anos que era funcionária dele.
Fiquei sem casa, sem dinheiro, sem chão.
Catei um pouco dos meus pedacinhos que fui capaz de encontrar para chegar até aqui.
Tenho emprego, carro e casa. E ‘sociedade’ com dois bancos no carro e na casa pelos próximos 5 e 15 anos, respectivamente.
Fui capaz de me apaixonar uma vez apenas nestes últimos anos. Loucamente, intensamente, cegamente. Aceitei a ironia da vida mas não sem resistência, luta ou culpa. Fui a outra, fui a puta, fui a algoz, fui a atriz, fui mulher, mas nunca fui inteira.
Fui todas e nunca verdadeira.
Fui deixada, fui escondida, fui esquecida.
Senti todas as dores. Quando acabaram as minhas, emprestei outras.
Por alguma razão que não entendo, escolhi viver e preciso lembrar-me constantemente disso.
Estou sozinha. Moro sozinha. Vou ao shopping sozinha. Ao cinema sozinha. Viajo sozinha.
Não gosto muito da noite, prefiro as manhãs. São mais perfumadas.
Trabalho muito. Quase sempre estou cansada demais para sair. Saio às vezes, mas não tenho muitas companhias, aparentemente perdi um pouco da habilidade para fazer amigos.
Transo de vez em quando, ainda tenho alguns amigos que apreciam minha companhia.
Não fui capaz de namorar com ninguém depois que me separei.
Por um bom tempo achei que isso devia-se à falta de sex appeal ou ao torturante fato de não encaixar-me nos padrões de beleza exigidos pela nossa querida sociedade.
Dia desses, por acaso, entendi que não conseguia me entregar, não soltava o freio de mão e parei de culpar meus dotes estéticos pela falta de um novo amor.
Estou trabalhando nisso e consegui uma breve relação com um rapaz 10 anos mais novo. Acho que não me apaixonei, digo acho porque ainda estou pensando sobre o assunto, mas finalmente consegui entrar inteira em uma relação.
Ele foi embora. Ele já ia embora, mesmo antes de a gente começar a sair. Foi morar em outro país. E nunca mais falou comigo.
Eu fiquei confusa com o pouco caso, mas tentei ser grata pelas coisas boas que vivi.
Só que amanhã é meu aniversário e eu estou no inferno astral. E descobri que estou triste e magoada por ter sido ignorada. Acho que ele voltou com a ex-namorada antes de ir embora.
E hoje eu passei o dia nesta cama, sem colocar a cabeça pra for a de casa, porque eu realmente precisava chorar. Porque amanhã é meu aniversário e minha família está ocupada demais para mim. Porque eu passei o dia sozinha e a única voz que ouvi foi a minha. Porque eu tenho medo de ligar para alguém e descobrir que esse alguém está ocupado demais pra mim, então eu nem ligo, para não ter a possibilidade de me decepcionar.
Porque isso pode parecer que estou com pena de mim mesma, e pode até ser que eu esteja, eu não sei muito bem reconhecer os sintomas, mas sempre vejo nos filmes…
Porque eu estou me sentindo solitária demais, triste demais, fracassada demais, pra conseguir fazer alguma outra coisa nesse momento que não seja ficar aqui esperando o dia de amanhã chegar…
sábado, 10 de outubro de 2009
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5 comentários:
:( iara nao tem compania e nme muitas habilidades pra conseguir amigos.
Nao sei explicar, apenas nao sei. Na internet parece facil, frente a frente nao.
Eu adoro a noite. Me faz bem, me sinto eu.
Feliz aniversário.
Hummm.
Sei que é esquisito falar de uma coisa que nunca vivi, mas penso que você poderia fazer cursos. Quem sabe saindo um pouco você não venha a conhecer outras pessoas.
Permita-se!
Parabéns!
Bjo
Querida, querida, querida! O que dizer? Se eu pudesse estaria com você estes dias. Quando estive em situação semelhante, eu gostava de ir a lugares em que tinha mais de dez pessoas, porém, não qualquer lugar com dez pessoas, ia nalgum lugar, que encontraria pessoas na mesma situação, e descobrir que os IGUAIS SE ATRAEM.
Que desabafo. " to triste demais p fazer alguma outra coisa que nao seja ficar aqui esperando o dia de amanah chegar". meio que me encontrei nessa parte.
Beijos!
Olá! Engraçadado né? Abri o google e digitei: alguma coisa que acalme a alma, então entrei aqui.
Não sei se me acalmei, rsrsrsrsrs, mas pelo menos me senti menos sozinha. Desejo a você o que tenho esperado todos os dias; dar uma gargalhada de pura alegria, de genuína felicidade, daquelas do fundo da alma, bem escancaradas.
Está tudo bem para mim, mas tenho me sentido triste assim mesmo. Deve ser culpa dos hormônios, do relógio, da falta de religião, do trânsito, da pressa, da correria por dinheiro, da globalização, da violência, da competição, das máguas, dos traumas,das tolices que fiz, das que não fiz, das rugas, das celulites.rsrsrsrsr Olha colega,acho que estamos em plena crise existencial ou talvez nos esquecemos que somos apenas humanas. Boa sorte para nós. Felicidades!
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