Há quanto tempo você não namora?
Essa foi a pergunta que a minha médica me fez sexta-feira.
Pois bem, doutora, estou oficialmente sem namorado há mais de 5 anos. Desde que me separei não namorei ninguém.
Isso não é um ‘assunto’ na minha vida na maior parte do tempo. Nunca fui de namorar muito e nesses anos todos me apaixonei de verdade apenas uma vez.
Aprendi a ficar sozinha e a gostar disso e aprendi a me divertir também. Separo sexo de amor. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
Reconheço que passei boa parte desses cinco anos nesse aprendizado. E hoje me dei conta de que não namorei porque não dei chance. Mea culpa, mea máxima culpa.
Aprendi a não ter expectativa, a não acreditar e a manter baixo grau de envolvimento. Se isso é ruim? Isso é apenas isso.
Um dia toca o telefone e a gente não se sente tão disposta.
Coisa estranha, fora do comum, estar indisposta a um horariozinho sem compromisso com um mocinho pronto a proporcionar momentos de pura diversão.
Essa é a hora em que a gente percebe que precisa voltar a namorar. Andar de mãos dadas, ir ao cinema, manter uma conversa inteligente dividindo uma boa garrafa de vinho está fazendo falta.
Ô coisinha inconveniente.
Tudo estava sob controle e agora isso!
Lá vou eu pra terapia, pedir socorro, por que obviamente eu não sou capaz de resolver esse problema sozinha.
Cheguei lá dizendo ‘ninguém me ama e ninguém me quer, ninguém me chama de meu amor..' Foram-se uns 4 ou 5 meses nesse discurso.
Até que um belo dia, assistindo Noites de Tormenta (Nights in Rodanthe) me caiu uma ficha dessas antológicas e fez-se a luz.
Dei-me conta de que eu nunca dei espaço para relações pra valer que poderiam chegar a um namoro ou ao amor.
Por quê? Ah, claro, por vários motivos bem complicados, mas resumidamente por ter adquirido um pânico completo e absoluto de amar alguém de novo.
Fiz uma contagem, por cima, e acho que fui pedida em namoro nestes últimos cinco anos por 4 pessoas diferentes, alguns mais de uma vez. Nenhum destes inclui o indivíduo pelo qual me apaixonei, infelizmente. Mas, mesmo assim, talvez, e apenas talvez, eu não seja tão horrível quanto imagino que seja.
Estou lá na minha sessão uma vez por semana pedindo ajuda a Froids, Lacans e afins pra ver se me liberto de mim mesma e esperando que na minha próxima consulta a minha médica não precise passar duas horas comigo tentando provar que há vida lá fora.
domingo, 28 de junho de 2009
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2 comentários:
Namorar pode ser a pior coisa do mundo, assim como pode também ser a melhor coisa do mundo, depende de como estamos nos sentindo com a gente mesmo.
Bjinhos e até mais...
Eu não namoro há três anos e pouco. Sempre perguntam porque e posso dizer que é parte porque não quero e parte porque não dou sorte mesmo, acho que mais pela segunda parte. Mas não acho que isso seja o fim do mundo ou assunto médico rsrsrs
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